sábado, 31 de março de 2012

28° Dia - Montevideo/UY a Pelotas/BR

          Tempo bom, sol forte, parti de Montevideo pela Avenida Beira-Mar, costeando o atlântico e vislumbrando as belas paisagens e em menos de duas horas ja estava adentrando a cidade de Punta del Este, linda cidade litorânea, reduto dos mais endinheirados personagens da America do Sul. Mansões, hoteis e cassinos dos mais variados formatos, mas sempre muito grandes. Logo na chegada avistei um motociclista parado no acostamento, era o Wagner da XT660, tinha abortado seu plano inicial de ir até o Chui e pernoitou em Punta del Este, peguei umas dicas com ele sobre o local e segui para o centro da cidade, fiquei encantado com a beleza do local, segui costeando o mar até uma das principais atrações de Punta, o Monumento Los Dedos, que é do artista plástico chileno Mario Irrazábal, o mesmo que fez a Mão do Deserto do outro lado do continente, próximo a Antofagasta no Chile, após uma parada para fotos fui buscar um almoço e acabei comendo uma ótima picanha uruguaia com molho de geleia de uva, um espetáculo de sabor.
          Missão quase cumprida, pronto para voltar ao Brasil, acelerei forte pelas boas estradas uruguaias e por volta das 4 da tarda ja estava na cidade de Chui/RS, onde realizei os tramites de fronteira e adentrei a cidade para abastecimento, uma cidade um tanto confusa, com muita gente na rua, carros de som e pessoas oferecendo hoteis e restaurantes, como ja estava ficando tarde e o sol nesta epoca do ano ja começa a ir embora mais cedo, continuei acelerando até a cidade de Pelotas/RS, tive muita dificuldade para encontrar hospedagem, as baratas estavam ocupadas e as demais eram caras demais para mim, depois de perder um bom tempo consegui encontrar um hotel médio, ja nas proximidades da BR, sem muita opção no local, comi um bom e velho X-tudo na "Lancheria" e fui pra cama cedo.

Montevideo, belissima cidade.

Famoso cassino de Punta del Este

Porto de Punta del Este

Monumento Los Dedos - do Atlantico ao Pacifico.

De volta ao Brasil

sexta-feira, 30 de março de 2012

27° Dia - Buenos Aires a Montevideo/UY

          Minha passagem para o ferry estava marcada para as 9 e meia da manha, porem era necessário chegar 1 hora antes para fazer os tramites de fronteira e embarcar a moto, após uma despedida rapida de Guillermo e David parti, agora novamente em viajem solo para o retorno, ja estacionado no patio de embarque, encontrei mais tres motociclistas brasileiros que estavam retornando de Santiago, dois de São Paulo com duas BMW G650GS e outro com uma Kawazaki Versys, logo em seguida chegou mais um com uma XT660, Wagner tambem de São Paulo e que tambem estava retornando de Santiago, como a travessia dura aproximadamente tres horas foi uma boa oportunidade para nos conhecermos e contar experiencias de nossas jornadas.
          O Ferry que faz a travessia é muito bem estruturado, conta com um ótimo e caro restaurante onde pude tomar o café da manha e tambem com uma loja de free shop, aproveitei para gastar os ultimos pesos argentinos que me restavam e comprei uma garrafinha de 200ml de whiskey Johnnie Walker Black Label que pretendo tomar quando chegar em São Paulo.
          Ja estavamos quase atracando no porto de Colonia, eu estava na cobertura do barco com outro motociclista observando a paisagem quando nos avisaram que ja era para descer até as motos e que ja tinham levado nossas coisas para a moto, no meu caso minha jaqueta e minha mochilinha de água, chegando nas motos a jaqueta estava mais a mochilinha tinha se perdido, subi correndo de volta ao lugar que estávamos sentando e nada da mochilinha, fui ao centro de atendimento e la estava a mochilinha em cima do balcão, alguem a encontrou e não se interessou por ela deixando-a no balcão de informações.
          Os tres motociclistas sairam apressados, Wagner mais calmo saiu junto comigo e paramos na casa de cambio para comprar alguns pesos uruguaios, como ja estava proximo do meio dia convidei Wagner para almoçar, porem ele pretendia chegar a Chui ainda hoje e partiu apressado. Almocei em um tipico trailer de lanches uruguaio, um delicioso lanche de pão com bife a milanesa, tão grande que tive que guardar um pedaço para mais tarde.
           Após uma volta rápida pela cidade de Colonia parti para Montevideo onde pretendia visitar o estádio Centenário, um dos mais antigos do mundo, cheguei por volta das 4 da tarde a Montevideo, estava indo direto para o estádio quando resolvi antes procurar uma hospedagem e visitar o estádio amanha pela manha, ja hospedado perguntei ao recepcionista sobre a visita ao estádio e ele me informou que as visitas só são realizadas de segunda a sexta das 8 as 17 e como hoje é sexta tinha perdido a oportunidade de visitar o estádio, chateado com a situação sai para uma caminhada pela avenida beira-mar e depois pelo centro de Montevideo. Impossibilitado de visitar o estádio partirei bem cedo amanha com destino a Punta del Este onde pretendo fazer uma passeio rápido e seguir direto para o Brasil.

Cobertura do Buquebus.

Colonia del Sacramento

Inicio da rodovia que liga Colonia a Montevideo.

Por do Sol em Montevideo

Centro de Montevideo

quinta-feira, 29 de março de 2012

26° Dia - Buenos Aires

          Data combinada para retirarmos as motos na oficina, acordamos não muito cedo e como estavamos carregando os pneus David preferiu que fossemos de taxi, chegamos a oficina da BMW e para nossa surpresa as motos não estavam prontas, a minha estava começando a ser feita a revisão e a de David nem tinha começado ainda, o atendente da loja tinha nos prometido as motos prontas para esta quinta de manha e após algumas discussões nos disse que tinhamos nos enganado e que as motos estariam prontas somente na sexta de manha, como ja tenho a passagem do ferry comprada para amanha de manha fiz uma certa pressão no atendente que nos prometeu as motos para hoje a tarde, diante desta situação só nos restava voltar ao hostel sem as motos, antes demos uma passada na loja da Touratech, quase em frente a oficina da BMW, importante marca de acessórios para motos de aventura, excelente loja, o dono e vendedor, um ex corredor de motocross muito atencioso nos atendeu com toda a paciência do mundo inclusive falando inglês, que foi muito bom para David que não fala espanhol. Fiquei impressionado com a grande quantidade de acessórios e roupas para motos disponiveis na loja, inclusive marcas de roupas como Klim e Rukka, que segundo os gringos são excelentes roupas para aventuras de moto, porem nunca as vi nem tinha ouvido falar aqui no Brasil.
          De volta ao hostel saimos para almoçar um delicioso nhoque com molho branco em um simples restaurante nas proximidades da nossa hospedagem.
          Sem muito o que fazer fiquei no computador um pouco atualizando o Blog e aguardando o horario combinado para buscar nossas motos, por volta das 4 da tarde partimos em direção a oficina e após 1 hora de viajem de metro e trem chegamos a loja e as motos estavam prontas, ja com as motos passamos novamente na loja da Touratech onde David instalou alguns acessórios novos em sua BMW.
          Ultimos momentos em BsAs, amanha pela manha começo meu retorno ao Brasil via Uruguay, hora de arrumar a bagagem e definir os ultimos detalhes no roteiro de Guillermo e David que me disseram que virão a São Paulo para conhecer um pouco do Brasil e nos visitar, para finalizar o dia uma boa pizza na pedra acompanhada daquela que não pode faltar, a cerveja gelada.

quarta-feira, 28 de março de 2012

25° dia - Buenos Aires

          Pela manha saimos em busca de pneus traseiros novos para minha moto e para a Adventure de David, resolvemos ir caminhando assim aproveitando para conhecer um pouco as ruas de BsAs, na primeira loja após umas 10 quadras de caminhada havia os 2 pneus necessários, porem os preços não estavam muito convidativos, havidos por economia partimos para a principal rua de motos de BsAs, a esquina da Cordoba com a Pueyridon, tomamos o metro e mais um pouco de caminhada e chegamos a tal esquina, impressionante, aproximadamente 15 lojas de peças e acessórios para motos, porem poucas delas tinham os pneus e as que tinham todas com preços mais caros, diante de tanta dificuldade para encontrar os pneus descobrimos que as importações estão fechadas neste momento na argentina e os poucos pneus Metzeler fabricados no Brasil que ainda restam no mercado são do final do estoque de quando as importações ainda estavam abertas, caminhada perdida voltamos a primeira loja para buscar os pneus e fomos recebidos com muitas risadas e piadinhas do vendedor, ja próximo a hora do almoço.
          Com os pneus garantidos e guardados no hostel, partimos para o passeio turistico, David que ja tem um pouco mais de idade resolveu ficar repousando,  tomamos um onibus com destino ao Bairro La Boca, importante ponto turistico de BsAs que mostra a cultura do povo portenho, exibindo danças de Tango, boas comidas e muitas lojinhas de artes e lembrancinhas,  aproveitei para relaxar um pouco e ja que não estou de moto tomar umas boas Quilmes geladas conversando com o povo local, passamos em seguida pelo estádio do Boca Juniors, La Bombonera, como ja tinha visitado o estádio da outra vez que estive aqui, tiramos algumas fotos da parte externa do estádio e pegamos o onibus de volta, agora com destino a Puerto Madero, onde fica localizada a estação do Buquebus, o ferry boat que faz a travessia entre BsAs e Colonia do Sacramento ja no Uruguay, como é uma travessia muito concorrida e esta semana tem feriado aqui na argentina é bom garantir a passagem para o outro lado da fronteira, passagem comprada fomos caminhando até a Rua Florida, importante centro de compras de BsAs, muito interessante a quantidade de artistas de todos os tipos que ficam nesta rua, inclusive com bandas inteiras tocando boas musicas em busca de uns trocados.
          Hoje David ja em clima de despedida e para celebrar os bons dias vividos juntos na estrada nos ofereceu um jantar no restaurante Cabaña de Lillas no Puerto Madero, ótimo restaurante, com carnes argentinas no cardápio acompanhado de um excelente vinho de Mendoza, todos felizes e com a barriga cheia tomamos um taxi de volta ao hostel.
          Muito Obrigado David pelo maravilhoso jantar que você nos ofereceu, com certeza o melhor jantar de toda a viagem.

Felizes com pneus para mais milhares de quilômetros.

La Boca, otimos restaurantes e muita arte.

Lojinhas de lembranças em La Boca

Carnes sendo preparadas.

Thank you David for the best dinner in this jouney.

terça-feira, 27 de março de 2012

24° Dia - Azul a Buenos Aires

          Nada melhor que começar o dia após uma noite bem dormida, partimos após um bom café da manha em direção a Buenos Aires, faltavam apenas 300km para chegar a ultima cidade a ser visitada na Argentina. As estradas começaram a ficar mais movimentadas neste trecho, em duas etapas de aproximadamente 150km cada estavamos nas cercanias de BsAs e com a preciosa ajuda do GPS seguimos direto para o bairro de San Telmo, conhecido por concentrar uma grande quantidade de Hostels. Chegando ao bairro encostamos as motos e a pé fomos a varios hostels, por fim nos estabelecemos no Hostel La Tanguera na Rua Chile.
          Pretendo ficar em BsAs por alguns dias, tempo suficiente para realizar a revisão da moto, iniciando os trabalhos eu e David fomos a concessionaria BMW levar as motos, na primeira que chegamos, a Cordasco, fomos muito bem atendidos mas não tinha vaga para realizar o serviço, então nos indicaram uma outra, a Trepat, bem mais distante de onde nos estavamos, chegamos lá e não senti muita firmeza na oficina, mas como não tenho escolha fui obrigado a deixar a moto, prometeram entregar na quinta e amanha temos que sair em busca de pneus, pois não tem nem pneu pra vender na concessionária.
          Retornamos ao Hostel e depois fomos de onibus ao bairro de Palermo para conhecer e jantar.

Voltando pro hostel de metro.

segunda-feira, 26 de março de 2012

23° Dia - Rio Colorado a Azul

          Apos uma noite muito mal dormida na em uma hospedagem de quinta categoria de uma senhora muito simpatica, partimos em direção a cidade de Azul, seriam aproximadamente mais 500 km de outro dia daqueles que a gente as vezes tem vontade de pular, com muitas retas e paisagens meio sem graça.
         Chegamos a Bahia Blanca por volta do meio dia e para nossa surpresa não havia combustivel nos postos de gasolina, conseguimos encontrar apos algumas tentativas, porem era gasolina premium, um pouco mais cara, nestas horas não ha o que fazer, então fomos de premium mesmo.
          O motociclista Ariel que nos tinha ajudado no dia anterior é da cidade de Bahia Blanca e havia se disposto a conseguir uma nova relação  para a KLR do Guillermo, para não atrasar muito a viagem e como a KLR ja estava com alguns outros problemas, achamos melhor tentar chegar como estava a Buenos Aires, aproveitando para resolver todos os problemas de uma só vez, como não conseguimos contato com Ariel, deixamos uma mensagem em sua Caixa Postal para que não ficasse nos esperando.
          Alguns kilometros apos Bahia Blanca o céu ficou carregado, paramos para colocar as capas, o interessante é que nossa rota ia sempre em direção a chuva, do nosso lado céu azul e nós junto com a chuva, as vezes vinha uma curva para fora da chuva, pensava que ia para o céu azul, mas logo outra curva nos levava de volta a chuva forte, meu pneu trazeiro ja esta no osso, estou alongando o maximo que posso a sua troca , para fazer tudo em Buenos Aires, na chuva fica um pouco complicado, a estrada aqui forma muitas poças e a moto por vezes tem vontade de aquaplanar, principalmente nas ultrapassagens quando é necessario sair do trilho seco.
          Entramos na cidade de Azul ja como o nome diz, com um belissimo céu azul, paramos em um locutório tentando ligar para o Charlie, uma pessoa que o Gustavo de Buenos Aires nos disse que iria nos ajudar na cidade de Azul, o locutório estava fechado, resolvemos pedir o telefone emprestado em uma revenda de automóveis usados, o senhor da loja tentou ligar, mas estava desligado o celular do Charlie, não contente perguntei ao senhor da loja se ele conhecia o motoclube da cidade, ele me disse que conhecia o motoclube e tambem o Pollo da "Posta del Viajero", um local que recebe viajantes de motocicletas de todo o mundo e apos algumas ligações nos levou até a Posta.
          A Posta del Viajero é um local muito interessante por onde ja passaram muitos motociclistas, com adesivos e mensagens em muitos idiomas diferentes por toda a parte, o Pollo que é o dono disponibiliza local para quem precisa ficar, porem como estamos em um grupo grande para o local, deixamos nossas mensagens conversamos um pouco e fomos para um hotel indicado por ele, para amanha finalmente chegar a Buenos Aires.

Hotel Roma - Preço justo pelo que oferece.

domingo, 25 de março de 2012

22° Dia - Puerto Madryn a Rio Colorado

          Devido a curtição da noite passada acordamos um pouco tarde, de Puerto Madryn a Buenos Aires são aproximadamente 1500km, possivel de se fazer em 2 dias, mas como não queremos chegar a noite a cidade de Buenos Aires, vamos fazer em tres dias com o terceiro dia mais curto.
          Logo pela manha encontramos muitos motociclistas no posto de gasolina e pela estrada tambem haviam muitos, todos voltando para casa após participarem do evento em Puerto Madryn, o dia seguia tranquilo, boas estradas, pouco vento. Fizemos a ultima parada na cidade de General Conesa onde conhecemos o motociclista Ariel com uma BMW F650GS 2011, linda moto, que infelizmente não é comercializada no Brasil, Ariel resolveu nos acompanhar na estrada, eu seguia na ponta e após uns 40 km quando olhei no retrovisor todos haviam sumido, parei no acostamento, aguardei um tempo e nada, voltei e la estavam a uns 2 km atras parados na beira da estrada, a corrente da KLR do Guillermo havia quebrado, por sorte não entortou e Guillermo tinha uma emenda em seu kit de ferramentas, realizado o reparo na corrente, todos preparados para seguir, quando Guillermo tenta ligar a moto, nada, a moto não queria mais ligar, tentamos no tranco e nada, ai começou a brincadeira. Checamos a gasolina, os fusiveis, as chaves de segurança e na checagem do conector da vela encontramos o problema, não chegava energia para a vela. Depois de mais de uma hora tentando solucionar o problema, quando ja estavamos desistindo e discutindo o que iamos fazer diante daquela situação resolvi dar uma ultima olhada retirando a tampa que cobre o pinhão da moto e la estava por baixo de muita graxa e sujeira dois fios que vão para o estator rompidos, acredito que quando a correte quebrou deve ter rompidos os fios tambem realizamos a emenda nos fios e a moto voltou a funcionar na primeira tentativa de partida, todos contentes e felizes seguimos mais 100km até a cidade de Rio Colorado onde passamos a noite em um horrivel hotel de beira de estrada.

Corrente ja arrumada, a moto não ligava

Procurando a solução no manual de serviço.

Depois de um pouco de trabalho todos felizes com a moto pronta

sábado, 24 de março de 2012

21° Dia - Trelew a Puerto Madryn - Peninsula Valdez

          Percorremos 60km até a cidade de Puerto Madryn, esta cidade é um bom lugar para ficar quando se quer visitar a Peninsula Valdez, de Puerto Madryn fomos direto para a peninsula, são 90 km de asfalto até a cidade de Puerto Piramide, um povoado pequeno mais muito charmoso na porta de entrada para o parque, alguns bons restaurantes, alguns hostels e campings, aproveitamos para almoçar.
          A visitação a peninsula é separada por pontos onde se pode avistar a vida animal do local, como pinguins, baleias, lobos marinhos, elefantes marinhos e muitos outros. De acordo com a indicação da guia do parque seguimos para o circuito norte, aproximadamente 200km de ripio e vento para percorrer todos os pontos de visualização de animais.
          A primeira parada depois de 75km de ripio foi em uma loberia, que lindo, muitas pessoas estavam no local e para nossa surpresa era o horario de almoço das baleias orcas, tambem conhecidas como baleias assassinas, que espetáculo, após presenciarmos uma baleias comendo um filhote de lobo marinho partimos para a pinguineira, local de observação dos pinguins de magalhães, outro show, se chega muito proximo dos pinguins, cerca de 1m e eles não tem medo do ser humano, porem é necessario manter o silencio para não incomodar os animais, após a pinguineira fomos para o ponto de observação dos elefantes marinhos, porem estes não estavam, não é epoca de presença de elefantes marinhos.
          Retornamos para a cidade, mais 75km de ripio e vento e mais 90km de asfalto, chegamos a cidade de Puerto Madryn por volta das 20hs, após encontrar um hostel e um banho rápido fomos para a praça principal onde o Gustavo de Buenos Aires do dia anterior nos havia dito que teria um moto enconcontro, chegamos ao local e não havia nenhuma moto, após algumas conversas descobrimos o local correto, ficava em um camping nas cercanias da cidade, um pouco de dificuldade pra encontrar o local, quando estavamos quase desistindo resolvi perguntar uma ultima vez para um frentista, este sim nos indicou o local correto.
          Adentramos o local do evento, sobre olhares de estranhamento das outras pessoas logo fomos abordados por um motociclista, nos apresentamos e a partir dai foi só festa, cerveja, churrasco e muita conversa, muita gente queria conhecer os motociclistas que vinham de longe, curtimos bastante e voltamos para o hotel, pois amanha teremos mais estrada.

Baleia se alimentando, cena rara segundo os habitantes locais.

Pinguins de Magalhães

Bandeira do motoclube local


Vista geral do encontro, pequeno mais muito animado.

sexta-feira, 23 de março de 2012

20° Dia - Puerto San Julian - Trelew

          Hoje o dia foi de muita estrada e vento, saimos pela manha apos um bom café da manha na cabana, essa parte da argentina é formada por planicies e as estrada são muito retas e não tem muita graça, logo na primeira parada do dia conhecemos o motociclista Gustavo de Buenos Aires que está percorrendo a Argentina com uma 125cc, trocamos informações e contatos e ele nos disse que no sábado haverá um Moto Encontro em Puerto Madryn, que é para onde estamos indo, combinamos de nos encontrar por la.
          Paramos na cidade de Caleta Oliva para reabastecimento e almoço, esta cidade junto com Comodoro Rivadavia, uma cidade próxima, são conhecidas por concentrarem a maioria do petróleo da Argentina, mas por mais incrivel que pareça no primeiro posto que paramos não havia gasolina, procuramos por comida no posto e era um restaurante de luxo muito caro, saimos buscando pela rua e depois de muitas tentativas acabamos comendo lanches sentados na calçada, pois não se podia consumir no lugar que vendia os lanches, bem estranho.
          Nosso objetivo do dia era chegar a cidade de Puerto Madryn, mas devido ao tempo que perdemos no almoço chegamos a cidade de Trelew, 60 km distante de Puerto Madryn, por volta das 8 da noite, pensamos em continuar, mas no primeiro quilometro da estrada resovelmos voltar por cansaço e falta de visibilidade.
          Encontramos após algumas tentativas uma hospedagem barata com garagem para as motos, amanha chegamos a cidade de Puerto Madryn, base de apoio para visitarmos a Peninsula Valdez.

Kilão, Gustavo, Guillermo e David

Monumento em Caleta Oliva

19 Dia - San Sebastian/AR a Puerto San Julian/AR

          Acordamos e fomos para os tramites de fronteira para adentrarmos o Chile, afinal haviamos dormido quase dentro da aduana, tudo resolvido partimos para a etapa de ripio, 130 km, um ponto positivo de se pegar o ripio pela manha é que se tem menos vento facilitando um pouco as coisas, pois, ripio, moto com garupa e vento, definitivamente não é uma mistura muito agradável, após o ripio atravessamos novamente o estreito de magalhães nos despedindo da Terra do Fogo, mais alguns quilometros e novamente tramites de fronteira, agora para sair do Chile.
          Por volta da 1 da tarde já estavamos na cidade de Rio Gallegos, paramos em uma rotisseria para comermos algumas empanadas.
          Na parte da tarde o tempo ajudou, bom sol, pouco vento e boas estradas o que nos ajudou a cumprir o planejado chegando a Puerto San Jullian onde conseguimos uma cambana por um bom preço.
          Aproveitando que a cabana era toda equipada com fogão e panelas resolvemos fazer uma janta, após algumas cervejas nos resta dormir e nos preparar para a próxima etapa.

Ripio entre San Sebastian e Cerro Sombrero

Cabana em Puerto San Julian, ótimo preço.

quarta-feira, 21 de março de 2012

18° Dia - Ushuaia a San Sebastian/AR

          Na noite anterior haviamos combinado com Ed da Adventure e Guillermo da KLR de irmos antes das 8 da manha ao parque pois assim não precisariamos pagar as entradas, acordei as 7 como combinado, porem estava chovendo e muito frio, resolvi continuar na cama e ir um pouco mais tarde ao parque, mais tarde quando estava me preparando para sair chegaram Ed e Guillermo, com muito frio mas felizes por terem chegado ao final da Ruta 3, com muito frio e um pouco de chuva partimos  com destino ao parque para chegarmos ao final da Ruta 3, um importante marco para quem chega por aqui com motos.
          Não adiantava começarmos nosso retorno muito cedo, havia nevado por toda a noite nas montanhas, inclusive ontem chegou ao hostel mais um brasileiro com uma Vstrom 1000, todo molhado mas contente, pegou neve na passagem das montanhas que dão acesso a cidade de Ushuaia.
          Realizado o passeio no parque, conforme combinado por volta do meio-dia nos reunimos para começar o retorno, Guillermo na KLR, David na Adventure e nos despedimos de Ed que vai fazer uma expedição até a Antarctica., as condições climaticas estavam muito boas quando começamos a subir as montanhas, após uns 10 minutos de estrada me veio a cabeça que tinha esquecido o carregador com as 4 pilhas sobressalentes do GPS no hostel, combinamos de nos encontrar na próxima cidade e meia-volta para buscar as pilhas, sozinho andei rápido com a moto e na metade do caminho encontrei os outros dois parados em um posto de gasolina, conversando com um casal da Africa do sul que tambem estavam percorrendo a América do Sul com sua moto.
          Chegamos a cidade de Rio Grande onde Guillermo iria trocar o pneu da KLR que ja estava no osso, voltamos a mesma lanchonete que haviamos passado na ida, o dono é um aficcionado por corridas de todos os tipos e interressado pela nossa viagem nos ajudou levando Gullermo a loja de pneus para efetuar a substituição. Serviços executados, barrigas cheias, porem ja era um pouco tarde e resolvemos que iriamos dormir em Rio Grande, o dono da lanchonete nos ajudou a procurar um hotel mas todos estavam caros, meio confusos decidimos seguir até a proxima cidade, faltavam 160 km para San Sebastian, percorridos uns 10km Guillermo parou sua KLR no acostamento, havia esquecido de abastecer, fez algumas contas e conclui que teria gasolina suficiente, faltando 12 km para San Sebastian a KLR apagou, pane seca, deitamos a moto para tentar andar mais um pouco, mais 2 km apagou denovo, com o galão fui a cidade buscar gasolina, enchi o galão e voltei correndo, na metade do caminho resolvi verificar o galão, cade o galão, caiu no meio da rodovia e la se foi toda a gasolina, voltei novamente ao posto e desta vez voltei com uma garrafa pet de 2 litros, com a moto reabastecidas chegamos a San Sebastian.
          A cidade de San Sebastian do lado Argentino na realidade não existe, consiste apenas em um complexo fronterizo, um posto de gasolina e um hotel, e agora o que fazer, quase 8 da noite, a frente mais 130 km de ripio, sem garantias de hotel do outro lado fomos verificar o preço da hospedagem, um absurdo, o hotel mais caro de toda o trajeto até aqui, consiguimos um telefone do hotel do lado chileno, ligamos e a senhora disse que não teria vaga. Sem saída teremos que dormir por aqui no meio do nada para continuarmos amanhã.

De moto até o fim.


Video - Chegando ao Ushuaia

          Quando faltavam 2 dias para nossa chegada ao Ushuaia o grupo aumentou, juntou-se a nos o motociclista Edward, ele está fazendo uma jornada por varias partes do mundo e alimenta um blog com suas experiencias.

http://web.me.com/edward.mcmullen/Site/Blog/Entries/2012/3/19_El_Calafate_and_a_rather_large_glacier_2.html

Link da postagem e do video sobre os dias que conduziu junto conosco até o Ushuaia.

terça-feira, 20 de março de 2012

17° Dia - Ushuaia

          Acordamos pela manha, chovendo e frio, precisava procurar por alguma oficina ou moto peças para trocar o óleo da moto que ja estava com aproximadamente 8.000 km, perguntei ao rapaz do hostel que me indicou algumas oficinas, mas acabei saindo cedo de mais, caminhei algumas quadras na chuva, tudo fechado, creio que por causa do frio que faz por aqui as pessoas tem o costume e de ir trabalhar um pouco mais tarde., peguei a moto e fui buscar alguma oficina no centro da cidade, encontrei Guillermo da KLR na rua tambem procurando por oficina, indicaram a ele a mesma oficina que eu havia ido, combinamos de voltar mais tarde.
          Problema do óleo quase resolvido, aproveitamos para conhecer o centro da cidade e comprar algumas recordações, voltamos a oficina do Pablo por volta da 1 da tarde, porem a oficina só abriria as 4, voltamos ao hostel, muita chuva e muito frio na parte da tarde, a dona do hostel comentou que a uma grande probabilidade de nevar, de volta a oficina, agora aberta, trocamos o óleo da minha moto e da KLR, o senhor Pablo foi muito atencioso, porem aproveitou para retirar dinheiro nosso, uma facada pra trocar o óleo e ainda usar um tal de óleo AMA que eu nunca ouvi falar, vamos ver no que dá.
          Quando saimos da oficina as montanhas ao redor de Ushuaia estavam todas cobertas de neve, porem a neve não chegou a cair na cidade, de volta ao hostel com a chuva que caia ficou dificil sair, jantamos por aqui mesmo e vamos descansar, pois amanha vamos visitar o Parque e começar a viagem de retorno.

La Posta Hoste - Ushuaia

segunda-feira, 19 de março de 2012

16° Dia - Cerro Sombreo/CH - Ushuaia/AR

          Acordamos para o grande dia, após um bom café no hotel partimos para o ultimo trecho de 450 km, sendo os primeiros 125 km de ripio, como faltava poucos quilometros para o objetivo final, decidi que iria mais tranquilo, curtindo a paisagem, mas chegando a estrada o ripio estava otimo então não resisti e acelerei forte rumo ao Ushuaia.
          Após o trecho de ripio regressamos novamente a Argentina, literalmente na Terra do Fogo. Após algumas horas de muito frio e uma boa estrada finalmente chegamos ao Ushuaia.
          Até aqui 16 dias de viagem e aproximadamente 8000 km, enfim USHUAIA, que alegria...A noite todos fomos celebrar comendo um saboroso caranguejo gigante com vinho e cerveja.
          Agora é curtir um pouco aqui e preparar a moto para o retorno...


domingo, 18 de março de 2012

15° Dia - El Calafate/AR a Cerro Sombrero/CH

          Por volta das 8 da manha passamos no Hotel onde estava o Ed, agora quatro motociclistas continuamos a jornada rumo ao Ushuaia. Estavamos em duvida se iriamos a Torres del Paine, algumas pessoas a quem perguntavamos diziam que era imperdivel, ja outras diziam que se não fossemos ficar pelo menos um dia para fazermos caminhadas pelo parque não valeria a pena, eu como teria que chegar na segunda em Ushuaia, não estava com vontade de ir a Torres del Paine, Guilian e ED estavam querendo ir e acampar no parque, ja David que não  gosta de campings estava disposto a seguir direto a Ushuaia. Como o tempo estava fechado para o lados das Tores del Paine, após algumas conversas decidimos todos seguir direto até Ushuaia.
          Novamente entramos no chile, agora pelo passo Dorotéia, ja era após o meio dia e o vento castigava bastante quando chegamos ao povoado de Governador Philip proximo a Punta Arenas, faltavam cerca de 130 km para chegarmos ao Ferry que atravessa o estreito de Magalhães, no povoado precisavamos de gaasolina, porem como haviamos entrado no chile não tinhamos dinheiro chileno, por sorte o dono do posto aceitou dolares, porem insistia em dizer que não havia vento, pois segundo ele o vento estava a 80 km/h, normal para a região. Por volta das 18hs chegamos ao estreito de magalhães, o vento estava incrivel, não consigo imaginar como aqueles pilotos conseguem controlar o Ferry com tanto vento, uns minutos de espera e embarcamos as motos para uma travessia de meia hora chacoalhando pelo mar.
          Ja a noite chegamos a povoado de Cerro Sombreiro, cansados, famintos, mais cada vez mais próximos do objetivo. Amanha é o grande dia, pois estamos a cerca de 450km do Ushuaia.

Porta de entrada da Terra do Fogo.

sábado, 17 de março de 2012

14° Dia - El Chalten a El Calafate - Glaciar Perito Moreno

          Apesar da quilometragem do dia ser baixa, resolvemos sair cedo para aproveitarmos o dia visitando o Glaciar Perito Moreno, saimos por volta das 8 da manha de El Chalten, um frio terrivel, pela primeira vez senti minhas mãos doendo de frio, as vezes pareciam estar adormecidas, tivemos que parar após uma hora de estrada para colocarmos mais blusas e a polaina de mão, que não adiantou nada no frio que estava fazendo.
          Chegamos a El calafate por volta das 11 da manha e ja estabelecidos em um médio hotel fomos ao Parque Nacional Los Glaciares, uma coisa boa logo na entrada, Cidadãos do mercosul pagam mais barato a entrada do parque, paguei 60 pesos, cerca de 24 reais e os gringos tiveram que pagar 85 pesos, enfim encontrei uma utilidade para o Mercosul.
          O Parque los Glaciares onde fica o Glaciar Perito é muito bem organizado e limpo, com muitos turistas de todas as partes do mundo, inclusive encontrei um casal brasileiro de Minas Gerais que estavam fazendo uma volta juntos ao fim do mundo com sua caminhonete.
          O Glaciar Perito Moreno é incrivel, muito grande, por algumas vezes se ouve barulhos como trovões de despencam enormes pedaços do glaciar na água, dificil descrever com palavras a grandiosidade desse espetáculo da natureza.
          Hoje conhecemos mais um motociclista que resolveu se unir ao Grupo, o ingles Ed com uma BMW 1200 Adventure com todos os acessórios imagináveis,  ele está produzindo um filme sobre viagens de motocicletas e ja passou por varios países do mundo.
          Amanha pretendemos continuar o caminho para o Ushuaia, talvez passando por Torres del Paine, se o tempo ajudar.

Belo dia de sol no Glaciar Perito Moreno

Glaciar Perito Moreno

sexta-feira, 16 de março de 2012

13° Dia - Governador Gregores a El Chaiten

          Por nossa sorte não choveu na noite anterior, partimos com destino a El Calafate, seriam aproximadamente mais 130 km de ripio até Tres Lagos e o restante 200 km de asfalto até El Calafate, onde pretendiamos visitar o Glaciar Perito Moreno.
          No trecho inicial de ripio estava indo tudo bem, bom ripio, boas velocidades, porem no horizonte uma chuva nos esperava e faltando aproximadamente 20 km de terra para chegarmos em Tres Lagos a encontramos, ai a coisa ficou feia, um trecho em obras, sem ripio, apenas uma terra que molhada virou o conhecido liso do Brasil. Guiliam com sua KLR estava bem adiantado e conseguiu chegar a Tres Lagos antes da chuva, eu e David com sua 1200 sofremos, tinha horas que tinha que ir com os 2 pes no chão a 5 km/h e ainda assim a moto queria escorregar, o pneu virou uma capa de barro e minha roda dianteira travou devido a quantidade de barro entre o pneu e o paralama, foram quase 1 hora para percorrer esses 20 km, no final avistavamos o trecho asfaltado do nosso lado, mas não tinhamos acesso a ele, após olhar e olhar avistei uma pequena rampa de pedras onde acreditei que daria para subir ao trecho asfaltado, como ja não aguentava mais andar no barro fui com tudo pela rampa e subi ao asfalto, david veio logo em seguida e conseguiu acessar o asfalto tambem, mas como a rodovia ainda não estava librada para uso havia varias barreiras de terra, as quais tivemos que transpor para continuarmos pelo asfalto, seguimos até avistarmos a cidade, onde novamente acabou o asfalto e acredito que foi o kilometro mais dificil que percorri até aqui, um barro terrivel, a moto não queria parar em pé, acredito que gastamos uns 20 minutos só para percorrer o quilometro final até a cidade de Tres Lagos, onde Guilian nos esperava tranquilo.
          Lanchamos e partimos com destino a El Calafate, porem na metade do caminho como não haveria mais tempo para conhecer o Glaciar Perito Moreno resolvemos passar a noite em El Chalten aproveitando para conhecer o Monte Fitz Roy e ja que estamos de volta a Argentina nada melhor do que finalizar o dia com um belo bife de chorizo e algumas cervejas geladas.
          Amanha seguiremos por mais 200 km até a cidade de El Calafate onde pretendemos conhecer o Glaciar Perito Moreno.

Tres Lagos, após o barro.

Proximo a El Chalten, ao fundo o Fitz Roy

quinta-feira, 15 de março de 2012

12° Dia - Chile Chico/CH a Governador Gregores/AR

          O trecho da Ruta 40 na Argentina entre Bajo Caracoles e Tres Lagos, para mim era uma das partes mais desafiadoras desta viajem, aproveitando a amizade feita com os dois motociclistas e como eles tambem não conheciam muito o caminho decidimos seguir juntos.
          Realizamos rapidamente os tramites de fronteira e fizemos uma parada em Perito Moreno para abastecer as motos e o galão, pois agora seriam aproximadamente 350km de uma rodovia em construção, alternando trechos de ripio e asfalto, nada de combustivel e para ajudar um vento terrivel, capaz de derrubar a moto se parada de maneira incorreta.
          Chegamos a "cidade" de Bajo Caracoles por volta das 11 da manha e como previsto não havia combustível, um descanso rápido e apareceram mais motociclistas que estavam vindo em sentido contrário, inclusive um brasileiro, Paulo com uma Transalp, me disse que haviam enfrentado muitas dificuldades no trecho entre Tres Lagos e Governador Gregores, devido as chuvas da noite passada demoraram 9 horas para andar 150 km de barro. Com essas informações seguimos pela Ruta 40, horas com bom ripio que dava para alcançar mais de 100km/h facilmente e horas com trachos ruins de muito vento que faziam com que diminuissimos a velocidade.
          Sem muitos problemas por volta das 16hs chegamos a cidade de Governador Gregores, encontrei outro brasileiro com outra Transalp que estava seguindo no sentido contrario e nos informou que realmente o trecho entre governador Gregores e Tres lagos estava muito ruim e com muito barro e que se tivessemos sorte de secar a pista poderiamos fazer o trecho facilmente, do contrario estariamos encrencados.
          Com essas informações resolvemos dormir em Governador Gregores para seguir no dia seguinte direto a El Calafate, cerca de 350 km.

Posto de Gasolina em Bajo Caracoles

Ruta 40

Bajo Caracoles

quarta-feira, 14 de março de 2012

11° Dia - Coyaique - Chile Chico

          Tomei café no quarto do hotel com o que havia sobrado da janta, aqui nessa região do chile o comercio fecha muito cedo em relação a Argentina, depois das 9 da noite não tem mais nada nas ruas, então estou passando por certa dificuldade para fazer ligações para o Brasil e na noite passada só me restou o mercado aberto para comprar comida.
          Continuando na carretera Austral peguei mais um bom trecho de asfalto, aproximadamente 100km até a proximidade de Cerro Castilho, uma parte bem fria ja que era cedo, agora acabou a brincadeira, seriam mais cerca de 120 km de ripio até a cidade Puerto Tranquilo, onde ficam as belíssimas Capelas de Mármore.
          A gasolina por essa região esta sendo um problema,  está havendo uma greve geral nesta região devido a uma questão de taxas e impostos, não sei bem, então perguntei ao frentista pela manha em Coyaique se haveria gasolina em puerto tranquilo e o mesmo como uma pessoa bem legal me disse que tranquilamente haveria gasolina, confiando no frentista deixei de encher meu galão de reserva, ja no caminho de ripio encontrei dois motociclistas que estavam vindo no sentido contrario, parei para conversar um pouco e me disseram que não haveria gasolina em puerto tranquilo, mas que haveria em Puerto Guadal, um povoado um pouco mais a frente de Puerto Tranquilo. Até la teria gasolina suficiente, mas adiante não.
          Cheguei a Puerto Tranquilo por volta das 13 horas e conforme as informações não havia gasolina na cidade, procurando por informações apareceu o senhor que leva as pessoas para conhecer as Capelas de Marmore e me disse que havia gasolina em Puerto Guadal, mas somente 200 litros pela manhã e que a essa hora possivelmente ja tinha acabado. Agora estava encrencado, sem gasolina suficiente para chegar ao próximo posto, questionei o senhor sobre a possibilidade de um mercado negro de gasolina ou algo parecido e ele disse que ia me ajudar, em um instante voltou dizendo que tinha 5 litros de gasolina reservados para mim  em Puerto Guadal por 5000 pesos, cerca de 20 reais.
          Resolvido o problema da gasolina fomos para o passeio as Capelas, quando estavmos saindo para o passeio apareceu mais dois motociclistas para participar tambem, eram David vindo dos EUA com um BMW 1200 Adventure e Guiluan vindo do Canada com uma Kawazaki KLR650, fizemos amizades durante o passeio, após 1 hora e meia de lindas vistas pelas capelas de marmore regressamos a cidade.
          Os dois motociclistas tambem tinham problemas com combustivel e com a informação de que talvez tivesse gasolina em Puerto Guadal partiram na frente, eu sai logo em seguida tranquilo pela estrada de ripio, quando cheguei ao posto de gasolina estavam os 2 parados me esperando, pois a senhora do posto disse que só haviam 5 litros de gasolina e que estavam reservados para mim, como motociclista sempre ajuda o outro, dividi a gasolina com o Guiluan da KLR que tinha menos gasolina e contiuamos juntos até a cidade de Chile Chico, divisa com a argentina de onde pretendemos amanha seguir para a tão esperada Ruata 40 na Argentina.

Carretera Austral 

Capelas de Marmore

1200 ADV, KLR650 e G650GS

terça-feira, 13 de março de 2012

10° Dia - Mares da Patagonia - Coyaique/CH

          Dormi muito mal a noite, pois o barco balançava bastante, pela manhã a navegação ja estava mais calma, o barco havia entrado em um canal com destino a Puerto Cisne, aproveitei para rever meu roteiro e olhar algumas fotos ja que não havia conexão de internet no barco, o que seria muito util.
          A navegação pelos mares da patagonia é bonita, mas com o tempo passa a ficar bem tediosa, pois as paisagens começam a ficar todas iguais e o barco não tem nenhuma diversão. Por volta das 13 horas chegamos a cidade de Puerto Cisne, de acordo com o cronograma haviam mais cerca de 8 horas de navegação até a cidade de Puerto Chacabuco e não se poderia retirar qualquer veiculo do ferry, porem observei um movimento de alguns caminhoneiros que se preparavam para continuar por terra, que seria bem mais rápido, cerca de 3 horas de estrada, de pronto perguntei se poderia retirar a moto, com a afirmativa do marinheiro responsavel, corri para a cabine e arrumei as coisas, em pouco mais de 15 minutos ja estava nas ruas da cidade rumando para a cidade de Coyaique, onde foram mais 212 km sendo os primeiros 15 de ripio no acesso a carretera Austral e os demais em um otimo asfalto com belissimas paisagens até a cidade de Coyaique, onde passarei a noite para amanha continuar a jornada pela carretera austral até a cidade de Puerto Tranquilo, onde pretendo conhecer as Capelas de Marmore no Lago General Carrera, o maior do Chile.

segunda-feira, 12 de março de 2012

9° Dia - Castro a Quellon

          Acordei mais tarde pois a quilometragem do dia seria curta, cerca de 150 km até a cidade de Quellon no sul da ilha de Chiloé onde tomaria o Ferry com destino a Puerto Chacabuco, ja proximo a Puerto Aisen na Carretera Austral.
          Aproveitei o tempo livre para conhecer a ilha e seus parques, aqui em Chiloé se chove muito, após rodar um pouco pela ilha, rumei para Quellon, uma cidade tipicamente portuaria, com lugares sujos e bêbados pelas ruas, um pouco depois de Quellon se vai ao final da Ruta 5 ou rodovia Panamericana que percorre 22 mil kilometros até o Alaska, não tinha muito o que fazer por aqui, então fui ao porto esperar a hora de embarcar no ferry.
          Depois de embarcada todas as pessoas, carros e caminhões, por volta das 19 horas partiu o ferry com uma previsão de 28hs de navegação pelo Oceano Pacifico até a cidade de Puerto Chacabuco, por sorte fiquei sozinho em uma cabine para quatro pessoas, ja estabelecido fui comer um lanche na cafeteria do ferry e depois observar o mar na cobertura, com um frio terrivel e ondas grandes em alto mar o ferry balançava bastante, o que me fez sentir mal e acabei indo dormir cedo.

domingo, 11 de março de 2012

8° Dia - Pucon/CH - Castro/CH

          Acredito que no Chile deveria ter pelo menos 2 horas a menos no fuso horário, pela posição do pais no globo, amanhece bem tarde, então não adianta acordar muito cedo, principalmente em cidades pequenas como Pucon.
          Não havia percorrido 20 km quando os primeros pingos de chuva começaram a molhar a viseira, por precaução parei e vesti a capa, quando voltei a Ruta 5 sentido sul, a uns 40km de Pucon, despejou água e junto veio o frio, chegando proximo a cidade de Osorno encostei em um posto para tomar café e colocar mais blusas, a chuva não dava trégua e por volta das 13 horas cheguei a cidade de Puerto Montt, iria comprar a passagem para o ferry que segue até a cidade de Chaiten, para pegar a carretera Ausatral, desta forma iria deixar de conhece a ilha de Chiloé que sempre esteves em meus planos de viagem, nos ultimos dias andei pensando a respeito e resolvi mudar o roteiro, pegando o ferry que sai da cidade de Quellon ao sul da ilha de Chiloé e vai navegando por 28 horas pelos mares da patagonia até a cidade de Puerto Chacabuco, proximo a Coyaique, um pouco mais adiante na carretera Austral.
          A agencia que vende as passagens só abriria as 16 horas, então aproveitei para conhecer um pouco a cidade de Puerto Montt, apesar de a chuva não querer me ajudar, ainda consegui dar umas voltas. Passagem comprada, parti em direção a ilha, onde após uns 50 km de Puerto Montt se toma uma balsa para chegar em Chiloé, qunado se desce da balsa ja se percebe a diferença do lugar, parece que está adentrando outro pais, a arquitetura é diferente do restante do Chile, com a maioria das construções em madeira, inclusive igrejas e escolas.
          Agora estou na cidade de Castro, com aproximadamente 20 mil habitantes é a capital da ilha, depois de rodar um pouco encontrei um hostel barato, mais o quarto é só um pouco maior que minha barraca de camping, ja estabelecido sai para saborear um delicioso salmão grelhado que por aqui tem um preço justo, junto com uma cerveja austral bem gelada.
Em Puerto Montt 

Balsa que faz a travessia para a Ilha de Chiloé

Chegando a cidade de Castro, capital da ilha de Chiloé

       

sábado, 10 de março de 2012

7° dia - Escalada do Vulcão Vilarica

          Acordo assustado por volta das 5 da manha, perdi a hora, saio correndo pela rua até a agência de viagens, porem eles já tinham ido, volto ao hotel pego a moto como estava, de bermuda e uma blusa fina e saio em disparada rumo a estrada do vulcão para ver se alcanço o grupo, ando por uns 5 km na estrada do vulcão e nada do grupo, volto desolado, porem não estava tudo perdido, pois a agencia tambem tem uma saída para o vulcão as seis e meia da manha, esperei um pouco na porta da agencia e apareceu o rapaz com a van que tinha levado o grupo, ele me disse que chamaram, buzinaram e nada de eu aparecer então se foram, mas era para eu esperar que eles iriam me encaixar no grupo da 6 e meia.
          Partimos as 7 horas para o vulcão, chegando la me encontro com o Renzo, o mexicano, que tinha desistido da subida por não ter folego, ele fuma bastante, foi até a primeira parada e voltou, nos despedimos e ele seguiu seu rumo de volta a Santiago.
          Para começar a subida temos a opção de tomar um teleférico até uma parte um pouco mais acima, e por indicação do Renzo optei por ir pelo teleférico, porem ele havia me dito que estava incluído no valor do passeio. Na chegada ao teleférico o guia veio me pedindo o dinheiro do transporte, mas havia deixado minha carteira no carro que nos trouxe e este estava longe para buscar pois ja tinhamos andado um bom pedaço para chegar ali. Por sorte havia conhecido um alemão na van transporte, ele estava carregando um paraglider para voar por sobre o vulcão e me emprestou o dinheiro do teleférico.
          Vamos a escalada, o guia disse que seriam por volta de 4 horas de subida com paradas para descanso a cada 25 ou 30 minutos, e assim se foi, no começo estava indo bem, porem na segunda parada onde ia começar a parte de neve começei a ficar cansado, são muitas as pessoas que sobem ao vulcão todos os dias com varias agencias diferentes, neste momento de começar a escalada na parte de neve todos vestem os grampões que são tipo uma ferradura para fixar o pé no gelo, questionamos o guia porque não estavamos vestindo e ele nos disse que não era necessário e assim se foi, os únicos sem os grampões.
          Minha primeira vez na neve e logo escalando um vulcão, quando a neve estava mole se subia numa boa, porem quando estava bem congelada e compactada ficava bem liso e se escorregar por ali vai saber onde se para.
          A subida ia ficando cada vez mais ingrime e o medo de escorregar la de cima ia aumentando, na ultima perna para chegar ao topo ja não aguentava mais andar, quase não consegui chegar, mas depois de 4 horas de caminhada chegamos ao topo do vulcão, que vista espetacular, o céu azul dava pra enxergar muito longe e a boca do vulcão, de vez em quando fazia um barulho como um trovão e espirrava lava para todo lado.
          A descida foi mais tranquila, porem tambem cansativa, o legal é que nas partes de neve se desce fazendo um Ski bunda, porem como esta época não tem muita neve tivemos que caminhar pelo menos mais uma hora para chegar a base do vulcão.
          A agência de turismo nos tras de volta até sua base e na chegada estava o alemão do paraglider me esperando para receber o dinheiro que havia me emprestado, paguei e agradeci muito, pois se não tivesse pego o teleférico no inicio acredito que não chegaria no topo, pois realmente cheguei exausto, me admirou a disposição do alemão que escalou até o topo com a mochila do paraglider nas costas.
          De volta ao hostel sem coragem nem para sair a comer, pois para quem não está acostumado a caminhadas desta natureza é muito cansativo, afinal são quase 5 quilômetros de caminhada até o topo.
       

Vulcão Vilarica

Segunda parte da subida, agora toda em neve.
O alemão chegou ao topo e se foi em seu paraglider

Boca do vulcão.